segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aqui e lá fora, o couro vai comer!

Gostando ou não dos estaduais, todos tem de concordar: começou de vez a temporada 2011 do futebol brasileiro!

Com exceção do ‘apressadinho’ Coritiba, que depois de 21 vitórias consecutivas (recorde brasileiro!) é campeão paranaense antecipado, os principais campeonatos pelo Brasil vivem seus momentos decisivos. Em Minas, no Rio, em São Paulo e no Sul os favoritos alcançaram as fases finais.

O Inter busca o título do 2º turno para que o Grêmio não seja campeão por antecipação. Mesma situação vive o Vasco, contra o Flamengo. Em Minas, o América dificilmente impedirá uma final entre Cruzeiro e Atlético.

As semifinais do Paulista, cada uma em jogo único, prometem sacudir o próximo fim de semana. São Paulo x Santos. Palmeiras x Corinthians. Só clássicos a partir de agora no caminho para o título.





É de jogo assim que a torcida gosta. E eles também.
(AE)


______

Só cachorro grande


Sim, este post também é patrocinado pela cerveja verde da Champions...

Guardadas as devidas proporções, falando em semifinais não podemos nos esquecer que estamos em semana decisiva também na Liga dos Campeões da Europa. Em Gelsenkirchen, o incrível Schalke 04 mandará o primeiro jogo contra o todo-poderoso Manchester United. O Schalke já fez muito ao eliminar Valencia e Internazionale, e o time de Alex Ferguson é favoritaço para o confronto de 180 minutos. Mas para os desavisados: nunca duvide desses alemães.
Raul e Rooney, sinônimos de raça e muitos gols. Promessa de entrega total durante os 90 minutos.
(Divulgação)

Se numa chave há algum favorito, na outra não, muitíssimo pelo contrário. O duelo que promete parar o planeta bola é Real Madrid e Barcelona, que já são fantásticos, mas a Champions League faz o favor de abrilhantar ainda mais o espetáculo. Imperdível.


Cristiano Ronaldo já levou a melhor contra Messi na final da Copa do Rei da Espanha, há alguns dias. É a chance do melhor do mundo, que joga no melhor time do mundo, dar a resposta no jogo do ano. Ou não.

Ainda bem que não será a final, pois assim teremos 180 minutos.
Vale até dar aquele 'migué' no chefe para poder assistir esse superjogo.

domingo, 24 de abril de 2011

Qual a importância de um título estadual?

Antes que eu ouça o coro de “nenhuma!”, digo que sim, um título estadual tem o seu valor.

Já foi o tempo em que um campeonato estadual era o mais importante do ano. Até os anos 50 e 60, era muito mais comemorado do que é hoje, até por ainda não haver uma competição de abrangência nacional. Mas os clubes não são os mesmos? Onde ficou perdida a importância de levantar uma taça tão tradicional do futebol brasileiro? 

Em 2005, ano da Libertadores e do Mundial, o Tricolor ganhou também seu último Paulistão.
De fora das competições internacionais, neste ano é o dono da melhor campanha da 1ª fase.
(AE)

- Um título desses não quer dizer nada... Só assim pro meu time ganhar alguma coisa!
- Ah, depois que eu ganhar o Paulistão eu serei classificado a quê?

- Nem tem graça, no meu estado só tem dois times, o resto é amistoso...

Pois é, há quem não dê a mínima para os estaduais. Há quem ache que eles só atrapalham o primeiro semestre dos clubes, espremendo o calendário. Há quem ache que o nível deles é fraco.

Contrário à maioria, defendo os estaduais como aquele “esquenta” dos times grandes para a temporada. É a hora de deixar o time encaixadinho para o Brasileirão. Também é a oportunidade que muitos clubes do interior não conseguem na Copa do Brasil, de serem vistos por mais gente. Fora isso, as rivalidades regionais são um campeonato à parte, e estimulam a torcida.

Em jogos como esse, ninguém se importa se é estadual, intercontinental ou futebol de botão.
(novohamburgo.org)

Claro, os regulamentos são mal formulados. E esse é o problema a ser corrigido. O Paulistão, mesmo carregando a fama de ser o estadual mais disputado do Brasil, é muito extenso. E é tão simples organizar fórmulas mais curtas de campeonato, que se torna incompreensível o fato da FPF manter longas 19 rodadas se arrastando pelos primeiros meses do ano.

Em um torneio inchado como o Paulista, não há necessidade de todos jogarem contra todos. A forma como são disputados o Carioca e o Gaúcho, em dois turnos, são bem mais interessantes.

Muito se questiona sobre como serão definidos os finalistas em São Paulo, já que após quase 20 jogos na primeira fase, os quatro primeiros não levam nenhuma vantagem para o mata-mata, além do mando de campo em jogo único. O curioso é que em campeonatos como esse, que não tem um regulamento padrão todos os anos, a cada mudança muito se fala, muito se critica, mas antes da primeira rodada, todos os presidentes assinaram concordando. Como diz o Felipão, depois o que resta é calar-se e jogar bola.

Dos quatro grandes, o Palmeiras de Scolari é o de campanha mais surpreendente.
Privilegiando o fortalecimento do setor defensivo, é o que menos perdeu, sofrendo 8 gols em 19 jogos.
(AE)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Velho jeito moleque [2]

Lucas acabaria perdendo a paciência com o seu carrapato. Ambos levaram o vermelho.
(Futura Press)


Se Neymar já não surpreende mais ninguém a cada expulsão, Lucas mostrou a todos que também tem o que aprender para não acabar prejudicando o time em jogos decisivos. Mas antes, o jogo.

Pela distância entre as Séries A e D do Campeonato Brasileiro, alguns até diriam que em Barueri o São Paulo não daria chance e atropelaria o Santa Cruz.

Pelo jogo de ida no Arruda, todos sabiam que seria pedreira. E como foi suada a classificação!

O Santa se propôs apenas a uma coisa: não deixar o São Paulo jogar. Até conseguiu por muito tempo, mas ao contrário de semana passada, falhou.
Falhou primeiramente no gol de cabeça do zagueiro Rhodolfo, aos dez da primeira etapa. Como faz gol o Rhodolfo! Dessa vez a cambalhota deu certo, mas ainda pode melhorar... Suas atuações seguras também na marcação, antecipação e no posicionamento lhe renderam a titularidade absoluta num time que já conta com excelentes opções, entre elas (ainda) Miranda. Alex Silva também fez grande partida.

Cenas incomuns foram presenciadas pelos torcedores na Arena. Éverton Sena colou em Lucas de tal maneira que não o deixou sozinho nem na formação de barreira. Isso que é seguir o comando à risca!

Outra coisa que não se vê todo dia é goleiro fazendo gol. Goleiro fazendo 100 gols então, nem se fala. Para isso, o futebol conta com Rogério Ceni. Mas dessa vez o lendário goleiro-artilheiro abriu mão da eficiência de sempre e quis surpreender com uma cavadinha, sendo bem infeliz: Tiago Cardoso não foi na dele e agarrou a cobrança no centro do gol.

O jogo foi até mais pegado do que o esperado, com o time todo do Santa chegando junto nos 90 minutos. Oito amarelos. Quatro expulsões. Alta tensão em partida que se encaminhava para a disputa de penalidades.

Carpegianni, como de costume, mexeu na estrutura do time, sacando Casemiro e dando lugar ao habilidoso Ilsinho. Foi dele a jogada do gol da classificação para as oitavas de final, tabelando com Willian José (excelente pivô do garoto!). Dois a zero, e vaga assegurada. Mas o jogo não acabara por aí.

Reserva de luxo, Ilsinho arma o chute para decidir jogo tenso na Arena Barueri.

(Miguel Schincariol/Lancepress)

Éverton Sena e Lucas ficaram tão grudados durante os dois jogos que teriam que sair de campo de maneira diferente. E assim o juiz o fez. Exageradamente ou não, mandou os dois pra fora, alegando ter visto uma cotovelada no 7 coral, após a enésima falta feia sofrida pelo 7 sãopaulino.

Mas Lucas chamou mesmo a atenção por sua reação após o ocorrido. Revoltado com a decisão do árbitro, o menino descontrolou-se e foi pra cima do homem de amarelo. Deu trabalho para sair de campo, e a dura que ele ouviu do técnico não foi brincadeira.

Com a cabeça mais fria, certamente o craque deve ter se arrependido do que fez, e principalmente aprendido com o erro. Caso o São Paulo precisasse ainda mais de seu talento em campo, numa eventual situação adversa da partida, seu choro no vestiário teria sido muito mais amargo.

Os meninos também têm o direito de errar. Basta esperteza para corrigir-se enquanto há tempo.

E tempo... Tempo eles têm de sobra, sobretudo para fazer o que mais sabem: encantar a todos nós, amantes do futebol.

Velho jeito moleque [1]

O Santos mais uma vez teve que pagar pelas traquinagens do seu camisa 11. Quase que a travessura da vez custa os 3 pontos mais preciosos do ano para o Peixe.

A vitória estava demorando a ser construída na Vila Famosa, quando Elano abriu o placar em belo gol de falta. Danilo, bem mais solto em campo do que no clássico contra o Palmeiras, ampliou a vantagem, o que deixou a torcida bem menos preocupada.

A comemoração da primeira Vitória (com V maiúsculo, mesmo) do time na Libertadores seria bem menos dramática se Neymar, após marcar um golaço, não tivesse sido expulso, ao tomar o segundo amarelo comemorando com uma máscara.

O Neymar não precisa disso.

Todo jogador está cansado de saber que o ato é punível com cartão. E ele já estava pendurado.

Uma vez mascarado, duas vezes amarelado. Moleque danado, fez gol refinado.
(Lancepress)


Após a besteira feita, eis que Zé Eduardo tratou de complicar ainda mais as coisas indo embora mais cedo também, minutos depois. Ganhando o jogo de 3x0 o time ficou sem seus dois atacantes. Martelotte foi à loucura.

O Colo Colo quase descola um pontinho de volta para Santiago, diminuindo em um intervalo de 5 minutos a diferença para 3x2. Elano ainda deu conta de ser expulso do banco de reservas ao atirar uma toalha no técnico adversário, quase no fim da partida. Três desfalques importantíssimos para a próxima partida decisiva contra o Cerro, no Paraguai.

Resumo da ópera: o Santos tem um ótimo time, é verdade. Muricy Ramalho, técnico de ponta (ainda que mata-mata não seja seu ponto forte), está para assumir o cargo. Mas a equipe não parece ter chances para alçar voos mais altos. Para disputar e ganhar uma competição como essa é preciso mais do que plasticidade nas jogadas e um forte poderio de ataque: o Espírito de Libertadores é algo que falta ainda para estes meninos da Vila.

Muricy terá pouco tempo para tentar fazer com que o time fique com a sua cara. A torcida está desconfiada, pois ninguém imagina ver o Santos jogando feio. Aliás, esta é a dúvida que fica no ar, com a sua ida para Santos: Muricy abrirá mão de seu estilo defensivo com as características do elenco que terá em mãos? É esperar pra ver.

Mas pelo menos na cabeça dos jogadores ele vai ter que dar um jeito à curto prazo, pois senão a molecada vai ficar de fora da festa antes mesmo dela começar. E ele poderá ter trocado uma frustração por outra, saindo das Laranjeiras.

Afinal, não é só o Corinthians que sofre do ‘mal da Libertadores’...

“Ele voltou!”

Não é só o Muricy que de vez em quando precisa dumas férias.

Sim, o blog voltará a ser atualizado frequentemente, já que uma hora o intervalo acaba, e a bola tem que voltar a rolar.

Pois então, que apite o árbitro!

Após pequena pausa para a parada técnica, segue o jogo.
(revide.com.br)