sábado, 14 de maio de 2011

7x: O que há de errado com o tricolor

“Me sinto envergonhado. Se eu pudesse, colocava a cabeça no buraco e me escondia. Ser eliminado dessa forma não dá.”
“Nunca fui tão humilhado em minha carreira. Mereço respeito.”

Não, não são declarações da equipe do Palmeiras após o vexame em Curitiba, há 10 dias. Essas são falas de Rogério Ceni e Rivaldo, respectivamente, após derrota para o Avaí e eliminação na Ressacada.

Mas é pra tanto?

O "rapa" no tricolor já fez a primeira vítima:
PC Carpegiani.
 (Warner Music)
Por que o SPFC não dá liga?
1) Ultimamente a diretoria tem se preocupado mais com a parte “veremos quem manda mais” do que com a “joguemos para ganhar tudo”. Briguinhas de bastidores, polêmicas sobre sucessão de cargos políticos, contratações não tão acertadas... Caramba, estou falando do São Paulo, o exemplo em administração no futebol!
>> Exemplo de administração, superioridade absoluta no Brasil em todos os sentidos, o time que não tem crise: estes chavões soberbos estão mais do que batidos.

2) O São Paulo é um time cheio de atacantes com características individualistas. A maioria vive de fases e é inconstante dentro da equipe. Com exceção de Dagoberto, que parece ter finalmente desencantado em 2011 (mas isso só o Brasileirão poderá nos dizer), temos vários bons jogadores que não conseguem se firmar.
>> Culpa do técnico? Talvez, se não fossem dadas tantas chances a todos eles, em tudo quanto é esquema ou posição.

3) Olhando para o meio-campo do São Paulo, vemos Lucas, que começa a sentir o que é a pressão da torcida, assim como Kaká, Julio Baptista e até Luis Fabiano já sentiram. Ontem o garoto era “a joia do Morumbi”. Hoje, já não passa de mais um “pipoqueiro”... Façam-me o favor!
Ao lado dele, PCC contava com Ilsinho, que hoje também seria titular em qualquer time do Brasil. Nenhum dos dois poderia reclamar por falta de oportunidades, pelo contrário. É difícil quando os dois podem jogar.
Ainda temos Rivaldo. A história riquíssima do camisa 10 no futebol mundial não basta para que ele seja titular absoluto do time, tem que estar bem para começar jogando. E infelizmente o ex-melhor do mundo não vingou no tricolor, essa é a verdade. Depois de estreia promissora, nunca mais se viu aquele futebol que todos imaginavam que ele ainda mostraria. Todos sabem que, do alto de seus 38 anos de idade, Rivaldo não tem como acompanhar a correria da molecada. Mas sua capacidade com a bola nos pés, principal motivo da sua contratação, não está sendo aproveitada. Perseguição do técnico? Balela.
>>Jogador pode até ser titular apenas pela fase boa, mas não por apenas ter seu nome reconhecido. É preciso mostrar no dia-a-dia, nos treinos, para que veio e o que quer. Rivaldo é ídolo nacional, mas nem por isso deve ser intocável no SPFC.

O jogador-presidente não encontrou em quem mandar no São Paulo.
Chiou, falou demais e manteve as palavras.
(AE)

4) Laterais. Enquanto o recém-contratado Juan tomou conta da esquerda, como não poderia deixar de ser (mas também se esperava mais dele), o eternamente improvisado Jean não enche mais os olhos da exigente torcida. Marca bem, mas quando sobe ao ataque é uma lástima.

5) Ah, a zaga... Como é que um trio de zaga formado por ninguém menos que Alex Silva, Miranda e Rhodolfo não para de tomar gols? O que há de errado com o Pirulito? Será que o Miranda desaprendeu? Rhodolfo parece ser o mais lúcido no sistema defensivo do time nesta temporada, e de quebra, vem marcando seus gols. Xandão faz o que pode, mas quando substitui algum deles, é limitado. O Santos que o diga.
>> Enquanto Juvenal nem sabe se poderá contar com os dois carecas para o Brasileirão (ops, o Miranda já foi vendido), Rhodolfo por enquanto está livre de contestação. Ponto para Carpegiani, que no início do ano o indicou para o time no lugar de Coattes, preferência da diretoria.

6) Voltando ao Rivaldo. ENORME MANCADA ao disparar contra Carpegiani, passando toda a pressão do time para as costas de um personagem só. Não sei por que, mas me vieram o Uzbequistão e o Scolari à mente agora...
Sir Juvenal decidiu ficar do lado do jogador, posição mais confortável para quem bancou sua arriscada vinda e pode muito bem contratar um Cuca da vida daqui a uns dias.
- Contatar e contratar técnico já empregado... ‘Pode isso, Arnaldo’? [/Galvão]
- Meu caro, esta é a coisa mais normal do mundo. [/Juvenal]

7) A torcida está corretíssima em não tolerar um time sem aquela gana, aquela vontade de jogar para ser campeão. É com isso que ela foi muito bem acostumada nos últimos anos. Só não pode mais uma vez crucificar os caras errados.

>> E nisso, a nação são-paulina é mestra.

Apesar da forma como o time tomou os gols e de como se portou em campo, Ceni não deveria temer tanto pela colocação final do São Paulo no Brasileirão 2011.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aqui e lá fora, o couro vai comer!

Gostando ou não dos estaduais, todos tem de concordar: começou de vez a temporada 2011 do futebol brasileiro!

Com exceção do ‘apressadinho’ Coritiba, que depois de 21 vitórias consecutivas (recorde brasileiro!) é campeão paranaense antecipado, os principais campeonatos pelo Brasil vivem seus momentos decisivos. Em Minas, no Rio, em São Paulo e no Sul os favoritos alcançaram as fases finais.

O Inter busca o título do 2º turno para que o Grêmio não seja campeão por antecipação. Mesma situação vive o Vasco, contra o Flamengo. Em Minas, o América dificilmente impedirá uma final entre Cruzeiro e Atlético.

As semifinais do Paulista, cada uma em jogo único, prometem sacudir o próximo fim de semana. São Paulo x Santos. Palmeiras x Corinthians. Só clássicos a partir de agora no caminho para o título.





É de jogo assim que a torcida gosta. E eles também.
(AE)


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Só cachorro grande


Sim, este post também é patrocinado pela cerveja verde da Champions...

Guardadas as devidas proporções, falando em semifinais não podemos nos esquecer que estamos em semana decisiva também na Liga dos Campeões da Europa. Em Gelsenkirchen, o incrível Schalke 04 mandará o primeiro jogo contra o todo-poderoso Manchester United. O Schalke já fez muito ao eliminar Valencia e Internazionale, e o time de Alex Ferguson é favoritaço para o confronto de 180 minutos. Mas para os desavisados: nunca duvide desses alemães.
Raul e Rooney, sinônimos de raça e muitos gols. Promessa de entrega total durante os 90 minutos.
(Divulgação)

Se numa chave há algum favorito, na outra não, muitíssimo pelo contrário. O duelo que promete parar o planeta bola é Real Madrid e Barcelona, que já são fantásticos, mas a Champions League faz o favor de abrilhantar ainda mais o espetáculo. Imperdível.


Cristiano Ronaldo já levou a melhor contra Messi na final da Copa do Rei da Espanha, há alguns dias. É a chance do melhor do mundo, que joga no melhor time do mundo, dar a resposta no jogo do ano. Ou não.

Ainda bem que não será a final, pois assim teremos 180 minutos.
Vale até dar aquele 'migué' no chefe para poder assistir esse superjogo.

domingo, 24 de abril de 2011

Qual a importância de um título estadual?

Antes que eu ouça o coro de “nenhuma!”, digo que sim, um título estadual tem o seu valor.

Já foi o tempo em que um campeonato estadual era o mais importante do ano. Até os anos 50 e 60, era muito mais comemorado do que é hoje, até por ainda não haver uma competição de abrangência nacional. Mas os clubes não são os mesmos? Onde ficou perdida a importância de levantar uma taça tão tradicional do futebol brasileiro? 

Em 2005, ano da Libertadores e do Mundial, o Tricolor ganhou também seu último Paulistão.
De fora das competições internacionais, neste ano é o dono da melhor campanha da 1ª fase.
(AE)

- Um título desses não quer dizer nada... Só assim pro meu time ganhar alguma coisa!
- Ah, depois que eu ganhar o Paulistão eu serei classificado a quê?

- Nem tem graça, no meu estado só tem dois times, o resto é amistoso...

Pois é, há quem não dê a mínima para os estaduais. Há quem ache que eles só atrapalham o primeiro semestre dos clubes, espremendo o calendário. Há quem ache que o nível deles é fraco.

Contrário à maioria, defendo os estaduais como aquele “esquenta” dos times grandes para a temporada. É a hora de deixar o time encaixadinho para o Brasileirão. Também é a oportunidade que muitos clubes do interior não conseguem na Copa do Brasil, de serem vistos por mais gente. Fora isso, as rivalidades regionais são um campeonato à parte, e estimulam a torcida.

Em jogos como esse, ninguém se importa se é estadual, intercontinental ou futebol de botão.
(novohamburgo.org)

Claro, os regulamentos são mal formulados. E esse é o problema a ser corrigido. O Paulistão, mesmo carregando a fama de ser o estadual mais disputado do Brasil, é muito extenso. E é tão simples organizar fórmulas mais curtas de campeonato, que se torna incompreensível o fato da FPF manter longas 19 rodadas se arrastando pelos primeiros meses do ano.

Em um torneio inchado como o Paulista, não há necessidade de todos jogarem contra todos. A forma como são disputados o Carioca e o Gaúcho, em dois turnos, são bem mais interessantes.

Muito se questiona sobre como serão definidos os finalistas em São Paulo, já que após quase 20 jogos na primeira fase, os quatro primeiros não levam nenhuma vantagem para o mata-mata, além do mando de campo em jogo único. O curioso é que em campeonatos como esse, que não tem um regulamento padrão todos os anos, a cada mudança muito se fala, muito se critica, mas antes da primeira rodada, todos os presidentes assinaram concordando. Como diz o Felipão, depois o que resta é calar-se e jogar bola.

Dos quatro grandes, o Palmeiras de Scolari é o de campanha mais surpreendente.
Privilegiando o fortalecimento do setor defensivo, é o que menos perdeu, sofrendo 8 gols em 19 jogos.
(AE)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Velho jeito moleque [2]

Lucas acabaria perdendo a paciência com o seu carrapato. Ambos levaram o vermelho.
(Futura Press)


Se Neymar já não surpreende mais ninguém a cada expulsão, Lucas mostrou a todos que também tem o que aprender para não acabar prejudicando o time em jogos decisivos. Mas antes, o jogo.

Pela distância entre as Séries A e D do Campeonato Brasileiro, alguns até diriam que em Barueri o São Paulo não daria chance e atropelaria o Santa Cruz.

Pelo jogo de ida no Arruda, todos sabiam que seria pedreira. E como foi suada a classificação!

O Santa se propôs apenas a uma coisa: não deixar o São Paulo jogar. Até conseguiu por muito tempo, mas ao contrário de semana passada, falhou.
Falhou primeiramente no gol de cabeça do zagueiro Rhodolfo, aos dez da primeira etapa. Como faz gol o Rhodolfo! Dessa vez a cambalhota deu certo, mas ainda pode melhorar... Suas atuações seguras também na marcação, antecipação e no posicionamento lhe renderam a titularidade absoluta num time que já conta com excelentes opções, entre elas (ainda) Miranda. Alex Silva também fez grande partida.

Cenas incomuns foram presenciadas pelos torcedores na Arena. Éverton Sena colou em Lucas de tal maneira que não o deixou sozinho nem na formação de barreira. Isso que é seguir o comando à risca!

Outra coisa que não se vê todo dia é goleiro fazendo gol. Goleiro fazendo 100 gols então, nem se fala. Para isso, o futebol conta com Rogério Ceni. Mas dessa vez o lendário goleiro-artilheiro abriu mão da eficiência de sempre e quis surpreender com uma cavadinha, sendo bem infeliz: Tiago Cardoso não foi na dele e agarrou a cobrança no centro do gol.

O jogo foi até mais pegado do que o esperado, com o time todo do Santa chegando junto nos 90 minutos. Oito amarelos. Quatro expulsões. Alta tensão em partida que se encaminhava para a disputa de penalidades.

Carpegianni, como de costume, mexeu na estrutura do time, sacando Casemiro e dando lugar ao habilidoso Ilsinho. Foi dele a jogada do gol da classificação para as oitavas de final, tabelando com Willian José (excelente pivô do garoto!). Dois a zero, e vaga assegurada. Mas o jogo não acabara por aí.

Reserva de luxo, Ilsinho arma o chute para decidir jogo tenso na Arena Barueri.

(Miguel Schincariol/Lancepress)

Éverton Sena e Lucas ficaram tão grudados durante os dois jogos que teriam que sair de campo de maneira diferente. E assim o juiz o fez. Exageradamente ou não, mandou os dois pra fora, alegando ter visto uma cotovelada no 7 coral, após a enésima falta feia sofrida pelo 7 sãopaulino.

Mas Lucas chamou mesmo a atenção por sua reação após o ocorrido. Revoltado com a decisão do árbitro, o menino descontrolou-se e foi pra cima do homem de amarelo. Deu trabalho para sair de campo, e a dura que ele ouviu do técnico não foi brincadeira.

Com a cabeça mais fria, certamente o craque deve ter se arrependido do que fez, e principalmente aprendido com o erro. Caso o São Paulo precisasse ainda mais de seu talento em campo, numa eventual situação adversa da partida, seu choro no vestiário teria sido muito mais amargo.

Os meninos também têm o direito de errar. Basta esperteza para corrigir-se enquanto há tempo.

E tempo... Tempo eles têm de sobra, sobretudo para fazer o que mais sabem: encantar a todos nós, amantes do futebol.

Velho jeito moleque [1]

O Santos mais uma vez teve que pagar pelas traquinagens do seu camisa 11. Quase que a travessura da vez custa os 3 pontos mais preciosos do ano para o Peixe.

A vitória estava demorando a ser construída na Vila Famosa, quando Elano abriu o placar em belo gol de falta. Danilo, bem mais solto em campo do que no clássico contra o Palmeiras, ampliou a vantagem, o que deixou a torcida bem menos preocupada.

A comemoração da primeira Vitória (com V maiúsculo, mesmo) do time na Libertadores seria bem menos dramática se Neymar, após marcar um golaço, não tivesse sido expulso, ao tomar o segundo amarelo comemorando com uma máscara.

O Neymar não precisa disso.

Todo jogador está cansado de saber que o ato é punível com cartão. E ele já estava pendurado.

Uma vez mascarado, duas vezes amarelado. Moleque danado, fez gol refinado.
(Lancepress)


Após a besteira feita, eis que Zé Eduardo tratou de complicar ainda mais as coisas indo embora mais cedo também, minutos depois. Ganhando o jogo de 3x0 o time ficou sem seus dois atacantes. Martelotte foi à loucura.

O Colo Colo quase descola um pontinho de volta para Santiago, diminuindo em um intervalo de 5 minutos a diferença para 3x2. Elano ainda deu conta de ser expulso do banco de reservas ao atirar uma toalha no técnico adversário, quase no fim da partida. Três desfalques importantíssimos para a próxima partida decisiva contra o Cerro, no Paraguai.

Resumo da ópera: o Santos tem um ótimo time, é verdade. Muricy Ramalho, técnico de ponta (ainda que mata-mata não seja seu ponto forte), está para assumir o cargo. Mas a equipe não parece ter chances para alçar voos mais altos. Para disputar e ganhar uma competição como essa é preciso mais do que plasticidade nas jogadas e um forte poderio de ataque: o Espírito de Libertadores é algo que falta ainda para estes meninos da Vila.

Muricy terá pouco tempo para tentar fazer com que o time fique com a sua cara. A torcida está desconfiada, pois ninguém imagina ver o Santos jogando feio. Aliás, esta é a dúvida que fica no ar, com a sua ida para Santos: Muricy abrirá mão de seu estilo defensivo com as características do elenco que terá em mãos? É esperar pra ver.

Mas pelo menos na cabeça dos jogadores ele vai ter que dar um jeito à curto prazo, pois senão a molecada vai ficar de fora da festa antes mesmo dela começar. E ele poderá ter trocado uma frustração por outra, saindo das Laranjeiras.

Afinal, não é só o Corinthians que sofre do ‘mal da Libertadores’...

“Ele voltou!”

Não é só o Muricy que de vez em quando precisa dumas férias.

Sim, o blog voltará a ser atualizado frequentemente, já que uma hora o intervalo acaba, e a bola tem que voltar a rolar.

Pois então, que apite o árbitro!

Após pequena pausa para a parada técnica, segue o jogo.
(revide.com.br)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Paulistão pré-carnaval

*Está dando liga. Está dando Liédson
 
Até que enfim a 'empatite' foi embora: o Corinthians, último invicto do campeonato, chega ao topo da tabela após uma série de vitórias seguras contra times menores. Longe de encantadoras, claro. Seria pedir demais, por agora.
Liédson continua roubando a cena, e já chegou à artilharia do Paulistão. Bruno César saiu da geladeira e retornou ao time titular, agora ao lado de Morais, também pelo meio. Mas praticamente todas as jogadas dos 2x0 sobre o Linense saíram das laterais, por onde Alessandro e Fábio Santos vêm sendo o desafogo corintiano. O camisa 2 até contou com a sorte no lance do primeiro gol, sendo assim decisivo mais uma vez.
O careca realmente está com moral. Zagueiro adversário até marca contra pra mostrar respeito.
(Rodrigo Coca/Agência Estado)


*Quando o Santo não bate, não tem jeito
 
Mais uma vez o Santo André foi pedra na chuteira do Palmeiras. Lembrando que eles podem se reencontrar nas oitavas da Copa do Brasil, caso passem de fase.
Quando parecia que a coisa finalmente engrenaria, com Michael Jackson ostentando altíssima média de gols nos últimos jogos, e com o centroavante Miguel recebendo sua chance entre os titulares, eis que Felipão vê o time tropeçar em casa diante do lanterna do campeonato, com onze contra dez durante mais de uma hora.
Muito toque de lado e quase toda a posse de bola escancararam os problemas da falta de criatividade e da fraquíssima pontaria. Zero no placar. Zero para o ataque alviverde, evidentemente Kleberdependente.
Valdívia fez falta no meio-campo. Faltou o cara que organiza e distribui o jogo por ali. O time é outro quando o chileno joga, mesmo quando não mostra tudo o que sabe. O penal perdido dias atrás deve servir de lição, pois jogador que não se cobra e não procura melhorar a cada treinamento ganha banco, seja o Valdívia, o Val Baiano ou o Valderrama.
A dancinha do Palmeiras está precisando de ensaio. Não é, Big Phil?
(Adriano Vizoni/Folhapress e Cesar Grego/Agência Estado)


*Já quando o santo é forte...
 
A cambalhota bisonha destoou da bela apresentação. (Gaspar Nóbrega/UOL)



Ao contrário do Palmeiras, o São Paulo conseguiu furar a retranca do time do ABC, no caso o São Caetano. Vitória suada por 2x0 conseguida no segundo tempo, com gols de Rhodolfo, de cabeça, e Jean, no rebote da falta que Rogério Ceni colocou no travessão. Mais uma vez, Lucas foi fundamental, tanto que rendeu elogios máximos do capitão após o jogo.
Carpegianni realizou algumas experiências na escalação inicial. Mais tarde, colocou Marlos e Ilsinho para jogar no segundo tempo, dando um gás a mais ao ataque que até então parara no bom goleiro Luis, do Azulão. Deu certo.
Aproveitando-se do tropeço do rival, o tricolor subiu à 3ª posição, mantendo-se atrás do Corinthians e do incrível Mirassol, que se enfiou de vez entre os grandes no alto da tabela, mesmo empatando com o Noroeste em casa.
 

*Para aliviar a tensão, só Love
 
O Santos já estava se acostumando a não vencer. Será que o problema era mesmo o Adilson? O que acontece com a diretoria santista, tão elogiada pelas conquistas do ano passado? A saída de Dorival Júnior, o problema todo envolvendo Paulo Henrique Ganso, e agora a surpreendente saída de Adilson Batista. Esse é o presidente que o pessoal da baixada tanto idolatra.
Em situação complicada na Libertadores, o Santos demitiu o treinador na hora errada, ainda mais porque suas investidas de rápida reposição para o cargo continuam fracassando.
Depois do empate amargo na Vila contra o Cerro, o time foi a Itápolis sem Elano e Neymar tentando colocar fim na série de quatro jogos sem vitória. E foi surpreendido por um estilo de jogo ofensivo do Oeste. Mas a equipe do interior também bateu demais, e ficou com um homem a menos ainda no primeiro tempo. Assim, Zé Eduardo encontrou o espaço necessário para marcar os dois gols da partida, o segundo após excelente passe de Róbson.

A lavadeira do Santos vai matar o Zé Love caso ele não tenha trocado camisa após o jogo.
(Célio Messias/Lancenet)

Martelotte contará em breve com a volta de Ganso e Arouca. Neymar volta da folga um pouco antes. Ingredientes o interino tem de sobra, só resta saber se ele conseguirá fazer o Santos dar aquele caldo.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Rivalidade torrencial

Ninguém esperava por essa expulsão injustificável do Alex Silva. Deixou o São Paulo acuado.
(Foto: Agência Estado)

Haja água!

O choque-rei deste último domingo demorou muito para começar por causa da chuva, e pelo jeito, também custará terminar.

Quando você acha que já viu ou ouviu falar de tudo no futebol, eis que surgem torcedores mergulhando em piscinas gigantes nas arquibancadas do Morumbi. O que mais faltaria ontem?

O jogo. E o Palmeiras insistia em não querê-lo, pois tem semana cheia, ao contrário dos mandantes. Mas para o bem de todos, acabaram acatando a decisão do árbitro de aguardar uma hora antes de mandar rolar a bola. A drenagem do gramado do Cícero Pompeu de Toledo foi digna de aplauso.

O Palmeiras tinha mais a bola na frente, mas foi o São Paulo que levou mais perigo no primeiro tempo, em seus velocíssimos contra-ataques. O trio de ataque Lucas-Fernandinho-Dagoberto mais uma vez mostrou que está entrosado e afiado. Fernandinho fez um belo gol chutando cruzado da esquerda, chegando a causar um apagão de 15 minutos no estádio.

Alex Silva surpreendeu a são-paulinos e palmeirenses ao ser expulso de maneira bisonha no início do segundo tempo, fato que mudou o panorama da partida. A partir daí o Palmeiras encurralou o tricolor no seu próprio campo, buscando a todo preço ao menos o empate, mesmo tendo que segurar o ímpeto da molecada do Morumbi nos contra-golpes. Empate que veio com Adriano, causador da expulsão do Pirulito minutos antes. Depois de esbarrar em Rogério Ceni em alguns várias tentativas, Michael Jackson, que havia botado fogo no jogo, chutou rasteiro na costura esquerda do ídolo tricolor para fazer justiça ao placar. Sua dancinha ainda sai meio que discretamente, mas para começo, é melhor assim. Felipão pôde observar bem a melhora do time com a sua entrada, e há grandes chances de Adriano conquistar uma vaga no time titular desta quarta-feira, pela Copa do Brasil.

O jogo que demorou 1h10min para começar, e que foi paralisado por mais 15 minutos, ainda deu pano pra manga depois do apito final. Sabendo das tentativas furadas de Alex Silva de justificar a infantil expulsão, Valdívia foi desnecessário: “O Pirulito tem de calar a boca. Não fala nada em campo, e quando vê um microfone só fala bosta.”

O zagueiro quis dar o troco no Twitter, também de uma forma totalmente errada, para coroar uma exibição a ser esquecida do camisa 3: “Quero ver o Valdívia mandar eu calar a boca aqui, na rua, sem microfone. Só eu e ele. E calo a boca quando ele tiver os títulos que eu tenho (...)”

Mesmo após conselhos de pessoas ligadas ao clube, Alex não retirou os recados de seu perfil. Há muita gente que fomenta esse tipo de polêmica antes ou após um clássico, e argumenta que o futebol precisa fugir da mesmice, que isso faz parte do espetáculo. Provocações e recadinhos desmerecedores podem ser espetáculo até em filmes ou novelinhas mexicanas, mas não num jogo de futebol.

O chileno não tinha nada que apontar o dedo para ninguém neste caso, pois no mesmo jogo correu risco de ser expulso após cabeçada em Miranda. Por outro lado, o respeito entre os profissionais deve vir sempre à frente de um ou outro ego ferido, ainda mais após uma lambança crucial, que tira completamente a razão do zagueiro são-paulino.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

De NBA a Futebol Americano

Morumbi, São Paulo
São Paulo 4x0 Bragantino
Jogadores comemorando a melhor exibição do São Paulo em 2011 até o momento
(Foto: Daniel Marenco / Folhapress)


Primeiramente: que início de ano do Dagoberto! O jogador nunca foi unanimidade dentro do clube, quase saiu do time algumas vezes, já teve seus altos e baixos e agora em 2011 mostra que realmente quer estar nos planos do Carpegiani. Está sendo decisivo em toda partida, seja por meio de assistências ou de gols. Até falta está cobrando.
Sorte do Tricolor, que vai se encorpando cada vez mais, depois da volta da molecada do Sub-20 e da chegada dos reforços.
Justiça seja feita, os 4x0 não se resumem ao camisa 25, já que Fernandinho também estava inspirado. Lucas também deixou sua marca, assim como William José, no seu primeiro toque na bola. Até o Carlinhos resolveu jogar! Já estava mais do que na hora hein, Paraíba...
O pênalti desperdiçado pelo Ceni só foi notícia pela expectativa da chegada do centésimo gol, porque acabou não fazendo nenhuma falta. Tudo bem, o adversário esteve assustado e não teve muita opção, mas o ataque são-paulino deu show nas tabelinhas e jogou fácil. Lembrou NBA, desde aquela ponte aérea do Miranda, abrindo o placar.


Pacaembú, São Paulo
Corinthians 3x1 Santos
Bacana a homenagem ao Ronaldo, mas essa numeração de futebol americano ficou bem estranha
(Foto: Nelson Almeida / UOL Esporte)


Aos poucos o trauma pós-pré-Libertadores vai passando, e o último invicto do Paulistão vence o seu segundo clássico no Pacaembú. Apesar de que não veremos todo dia o Fábio Santos marcar duas vezes em uma partida, o destaque fica para o golaço por cobertura de Liédson fechando o caixão santista. O lateral espera ter garantido de vez a sua titularidade na equipe, pois mostrou que está com moral com o chefe ao converter uma linda cobrança de falta e um penal convincente. Já o "levezinho" deseja manter a boa fase e não deixar a torcida sentir falta do gordito...
O time da baixada poderia até usar o cansaço da viagem de volta da Venezuela como desculpa, mas acontece que já é a segunda partida em que o ataque não funciona. Teve, sim, um senhor gol do Elano, artilheiro do campeonato, mas espera-se mais do pessoal da frente. O Diogo que veio para o Santos parece ser o do Flamengo, por enquanto, e não aquele da Lusa.
Mesmo assim, o Santos não deve ter problemas para se classificar com sobras entre os oito. Eu diria entre os quatro, mas há a tal da prioridade à ‘Libertas’, sabe como é.


Romildão, Mogi Mirim (SP)
Mogi Mirim 0x0 Palmeiras

Num jogo em que a volta de Valdívia gerava um misto de alívio e expectativa por parte dos palmeirenses, o que se escancarou de vez foi a falta de pontaria do ataque. A necessidade de um centro-avante (mas cadê o Miguel?) para o ainda líder do Paulistão é algo de que Felipão já fala abertamente. O Kléber, então, já pediu mais que uma vez. A torcida clama há tempos. A diretoria continua esperando o tempo passar... ‘Que beleeza’, diria Milton Leite.
A próxima semana será de muito trabalho, incluindo uma viagem para o Piauí, além do clima de preparação pré-clássico contra o ascendente São Paulo, no domingo. A galera toda (incluo comissão técnica e diretoria) vai ter que suar muito mais a camisa se quiser aquele algo mais nessa temporada.


Engenhão, Rio de Janeiro
Flamengo 1x1 Botafogo (1x3 pên.)

Com Ronaldinho Gaúcho e Loco Abreu de vitrines, o jogo dessa tarde foi o típico clássico carioca: muitos candidatos a herói de decisão, gols, jogo disputado, botafoguense reclamando do juiz...
Ronaldo anotou o dele - não o Gaúcho, mas o Angelim. Loco Abreu também, levando o jogo para os pênaltis. Ainda assim, o protagonista acabou sendo o melhor que a torcida do Flamengo pudesse escolher: Felipe defendeu duas vezes e levou o mais querido para a final da Taça Guanabara contra o Boavista (isso mesmo!), que evitou um Fla-Flu na decisão deste ano.
 Decisão contra o Botafogo, goleiro pegando dois pênaltis... É inevitável o déjà vu
(Foto: Nelson Almeida / UOL Esporte)



Farião, Divinópolis (MG)
Guarani 2x4 Atlético

O ano de 2011 tem tudo para ser bem melhor do que 2010 para o Galo. Dorival Júnior teve a oportunidade de observar bem o seu elenco durante uma pré-temporada maior do que a de muitos times da Série A. O ‘Magnata’ Magno Alves ainda corre feito menino, e Ricardinho vem correspondendo. Contra o Guarani, ao menos, o 10 marcou duas vezes.
Neto Berola foi o melhor em campo, chamando a atenção não só pela ótima movimentação, mas também por sofrer o pênalti e por marcar o quarto gol encobrindo o goleiro Fred.


Arena do Jacaré, Sete Lagoas (MG)
Cruzeiro 2x0 Ipatinga

Quem acompanha o Campeonato Mineiro, ainda na sua 4ª rodada, também viu o mistão do Cruzeiro vencer sem maiores problemas o Ipatinga, algoz do ano passado, que na edição atual corre sérios riscos de rebaixamento. Thiago Ribeiro e Wallyson marcaram para a Raposa, que continua perseguindo o seu rival pelo topo da tabela.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

'Fenomenalmente', é hora de descansar

 Milhares de mães enlouqueceram ao ver seus filhos querendo aderir à "moda Cascão", em 2002
(Foto: Beagle Club)
 
Praticamente todo terráqueo aprendeu nas duas últimas décadas a lembrar de Ronaldo Nazário como um exemplo de superação. O maior artilheiro de todas as Copas, sendo eleito por três anos o melhor do mundo pela FIFA,  viveu de tudo em sua carreira, desde muitos momentos espetaculares a algumas épocas de verdadeiro inferno astral.

Carismático, polêmico e matador. Na grande área impôs respeito como poucos.

Flamenguista de infância, jogou não muito tempo no Cruzeiro, logo partindo para a Europa. E como brilhou por lá. Mas fato é que o Fenômeno, mesmo adquirindo rapidamente o status de ídolo nacional, ainda sentia falta de uma identidade maior com algum clube brasileiro, aquela paixão inexplicável que todos sentimos pelo nosso time de coração muito mais do que pela Seleção Brasileira.

E então escolheu um clube de massa, mas não o rubro-negro.

Pouca gente ousaria duvidar de um cara como Ronaldo. Mesmo aqueles que cornetavam a sua forma física quando chegou ao Corinthians, tiveram que aplaudi-lo após exibições memoráveis no início de 2009, que renderam dois títulos ao time, e até a cogitação de uma possível volta à Seleção. Mas ficou só na ideia da torcida.

Isso sem falar no salto de crescimento do departamento de marketing corinthiano. Definitivamente, a sua contratação fora um excelente investimento.

Mas aí Ronaldo esbarrou no calcanhar de Aquiles do Corinthians: a Taça Libertadores da América. Duas eliminações, uma justamente contra o Flamengo, e outra antes mesmo da fase de grupos, contra o poderosíssimo Deportes Tolima, contribuíram com a perca da moral com a Fiel. E olha que o cara não tinha pouca, não.

Claro, isso é somado a sequências de lesões e ausências do time, o que foi arranhando aos poucos o carinho que ele conseguiu no Parque São Jorge. Foi considerado pela torcida um dos principais responsáveis pelo fiasco recente, e após mais uma contusão, está prestes a resolver que parar pode ser a melhor opção.

Nesta segunda-feira o mundo voltará seus olhos para a cadeira da Sala de Imprensa do Corinthians, de onde certamente Ronaldo anunciará sua aposentadoria. Lembro-me, em momentos como esse, do fim da carreira de alguns imortais do futebol, e sempre rola aquele papo sobre quem "saiu por cima" ou não. Pelé, por exemplo, pendurou cedo as chuteiras, e no auge da carreira. Raí também foi um bom exemplo de aposentadoria precoce. Já Romário estendeu-se até onde pôde, jogando no sacrifício, e só largou o osso para entrar na política, nas últimas eleições. Mesmo com diferentes despedidas, nenhum dos três deixou uma má impressão no momento do adeus, até pela rica história que construíram dentro das quatro linhas. E Ronaldo também não deixará.

A volta dele para o Brasil foi válida, sim, e muito. É errado condenar o jogador que tem força de vontade e luta contra todos os obstáculos possíveis e impossíveis para continuar sendo feliz e fazendo tanta gente feliz. Afinal, que brasileiro nunca vibrou com algum gol do Ronaldo?

Caras como Ronaldo são exemplos, são unanimidade. São lendas vivas. Não é porque ele tirará o time de campo que o Brasil e o mundo deixarão de tirar o chapéu para ele.

Carimba, Brasil!

Londres que aguarde essa molecada!
(Foto: REUTERS/Mariana Bazo)

O show que Lucas, Neymar e companhia ilimitada deram para cima dos uruguaios foi a confirmação de que temos totais condições de alcançar o feito inédito do ouro olímpico em Londres. A torcida está até ficando mal-acostumada com o espetáculo apresentado durante a competição, o que é fantástico.

A goleada imposta na outra Seleção sul-americana classificada para as Olimpíadas foi o retrato perfeito do trabalho que estes jovens desempenharam no Peru durante as últimas semanas, juntamente com toda a comissão técnica.

Enfim, todos estão de parabéns, e que venha o ouro!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

'Não rirás da desgraça alheia...'

'Pimenta' nos corinthianos não foi refresco...
 (Foto: Carlos Padeiro / UOL)

Mais uma vez o Corinthians tropeçou na sua ânsia de conquistar a América. Diante do antes desconhecido Deportes Tolima, o clube não jogou absolutamente nada no Pacaembú, muito menos na Colômbia, e sequer disputará a fase de grupos.

Obsessão da torcida, crise anunciada, filme repetido. As imagens de vandalismo vistas esta semana infelizmente não representam nenhuma novidade - e o que é pior, eram até esperadas.

No outro Parque, o sinal era verde para o derby do domingo. A liderança estava garantida, graças ao tropeço do Santos, que havia ficado no 1x1 com o Santo André. Tarde de festa para Felipão (homenageado pelo 300º jogo como técnico do Palmeiras) e Maurício Ramos (100ª partida). A torcida não perdeu a chance de tirar aquela casquinha da atual situação do rival, através de um imenso mosaico alviverde com a figura da Taça Libertadores seguida de risadas.

Depois que a bola rolou, a batidíssima frase "clássico é clássico" tornou-se ainda mais atual. O jogo foi mais equilibrado do que o esperado, apesar de Júlio César ter feito uma partida memorável. Se o ataque do Corinthians foi praticamente inexistente durante todo o tempo, o camisa 1 corinthiano deu conta do recado e segurou Kléber, o jogador que mais atormentou a zaga alvinegra. Marcos Assunção também levou perigo várias vezes na bola parada.

A 9 de Ronaldo pesou em Edno, e Jorge Henrique não rendeu como de costume. Coube ao lateral Alessandro marcar o único gol da partida, após uma tabelinha que envolveu Maurício Ramos. A vitória foi mais na base da raça, com sofrimento, com cara de Corinthians. Mas qualquer torcedor a trocaria pela classificação na Libertadores. Paciência.

Assim, Tite ainda respira no cargo, e a crise é amenizada, ao menos por hora.

Júlio César breca a boa fase do Palmeiras em tarde inspirada
(Foto: Tom Dib / Lance!)

O curioso é que não é a primeira vez que o Palmeiras ressuscita o rival em ocasiões parecidas. Geralmente, quando leva algum favoritismo para o clássico, acaba tropeçando. Assim, o alviverde amplia o tabu, perde a sua invencibilidade, mas mantém-se em boa situação no campeonato. Felipão aguarda a volta de alguns contundidos, a estreia de Chico e um ou outro reforço que ainda estaria por vir, para fortalecer seu time.

Time que ainda mostra várias carências, para quem pretende brigar pelo título.