segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O despertar dos gigantes. (De quase todos)


O último fim de semana foi recheado de clássicos pelo Brasil afora, e inclusive fora dele.

Santos 2x0 São Paulo – Após um jogão de bola na Arena Barueri, Rogério Ceni disse que o segundo tempo do São Paulo havia sido um "chocolate" para cima do Santos. E realmente o São Paulo jogou mais bola: marcou melhor, chutou mais... Ainda assim, não teve eficiência na hora de colocar para dentro do gol. Elano e Maikon Leite tiveram, pela quinta vez nesse campeonato, e dividem a artilharia da competição. Apesar das estatísticas da partida, apesar de todos os desfalques e mesmo com o Fluminense se mantendo 100% lá no Rio, o Santos continua mostrando porque é o melhor time do país hoje, e lidera o Paulistão desde o início.

Portuguesa 0x2 Palmeiras – No Canindé, os dois times criaram boas chances no primeiro tempo, mas sem conseguir abrir o marcador. Marcos fez mais uma grande partida, seguro nos lances de perigo. Felipão mexeu bastante no modo do time jogar durante o segundo tempo, e a Portuguesa foi cedendo espaço. Nos momentos finais, os gols palmeirenses: Cicinho e Kléber. Liderança dividida com o Santos, após uma inesperada sequência de 4 vitórias.

São Bernardo 2x2 Corinthians – Para o ex-presidente Lula, presente no estádio, o jogo até poderia ser considerado um clássico. E assim como ele queria, o Corinthians empatou pela quarta vez em cinco jogos esse ano. Pelo menos o Tite ainda pode dizer que está invicto no comando do time. Na oportunidade dada aos reservas corinthianos no ABC, destaque para o golaço do estreante Cachito Ramírez, com direito a jogadinha de futsal. Mas o que a torcida quer mesmo é que ele repita sua dancinha peruana lá na Colômbia quarta-feira que vem.

Para não dar uma de Mick Jagger, Lula resolveu ficar em cima do muro. Parece que deu certo.
(Foto: Marcelo Ferrelli / Gazeta Press)

Grêmio 2x1 Internacional – O Gre-Nal foi diferente não só por ser o time reserva do Grêmio contra o time B colorado, mas também por ser realizado no Uruguai. A favor dos tricolores estava o fato de possuírem, em sua maioria, jogadores que já tiveram chances no time principal. Viraram o jogo na falha do defensor do Inter, após um caminhão de gols perdidos. O Grêmio, dessa vez o titular, tem outra missão uruguaia nesta quarta-feira. E o seu nome é Liverpool.

Vasco 1x2 Flamengo – Nada é tão ruim que não possa piorar. O atual momento do Vasco da Gama não é uma crise qualquer: quatro derrotas consecutivas, 0% de aproveitamento na Taça Guanabara, eliminação precoce após perder o clássico, demissão do técnico e de alguns jogadores. O Flamengo não quis nem saber do mau momento do rival, e o Thiago Neves só faltou entrar com bola e tudo após lindo gol por cobertura. Na próxima quarta o Flamengo também tem sua decisão. Ou melhor, Vanderlei Luxemburgo terá que decidir quem sai do time para a estréia de Ronaldinho Gaúcho, contra o Nova Iguaçú.

Não dá mais para encobrir a crise do Vascão. Mas encobrir o Fernando Prass, o Thiago Neves consegue.
(Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia)

Ainda no Rio de Janeiro, o Fluminense de Fred divide a liderança do seu grupo com o Botafogo, que possui melhor saldo de gols.

Por fim, o Campeonato Mineiro, que começou com vitórias suadas – porém merecidas – dos grandes. Antes de abrir 3x0 na Caldense, o Cruzeiro teve que suar muito a camisa em Sete Lagoas, e o Galo só conseguiu virar para 2x1 contra o Funorte de Montes Claros graças à marcação de um pênalti pra lá de duvidoso a seu favor.

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Hoje a Seleção Brasileira Sub-20 começa o hexagonal final em busca da vaga para Londres ’12. O jogo contra o Chile começa à 00h10, na madrugada de segunda para terça-feira. É hora de voltar a mostrar o bom futebol do início da competição para não correr riscos lá na frente. Futebol a gente tem, e de sobra.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Senta o dedo nessa zebra!


A "Tropa de Elite" brasileira corre o risco de perder dois dos seus aspiras para a Missão Libertadores 2011: Grêmio e Corinthians não conseguiram vencer os seus jogos de ida e estão em alerta máximo para semana que vem, quando serão decididas as duas vagas no Batalhão mais cobiçado pelos clubes brasileiros.
Em Montevidéu, o 21 (André Lima), agora com a responsabilidade de substituir o 07 (Jonas, que deu adeus ao Olímpico), tratou logo de abrir fogo no Liverpool genérico, mas em seguida Victor falhou bisonhamente saindo errado do gol, cedendo o empate aos uruguaios.

- Tá de brincadeira, 01? Quer pedir pra sair da Seleção?

Em um jogo cheio de erros das duas defesas nas bolas aéreas, nem pra um, nem pro outro. 2x2.
Pelo menos os tricolores descolaram dois gols fora de casa. Já o Corinthians...

 - Quem quer rir tem que fazer rir!
(Foto: Fabio Braga / Folhapress)

O Corinthians, que estava pensando em abrir uma boa vantagem pra cima do Deportes Tolima, acabou deixando 28 mil pessoas no Pacaembú com cara de velório. Pudera, já que o time não conseguiu jogar. Os soldados do Tolima armaram-se muito bem, marcando forte e saindo para atacar em boas inversões nas costas dos laterais corintianos, que foram um desastre. Alessandro, mal fisicamente, após recuperar-se de uma catapora (sério, 02?), ainda fez o que pôde. Já o nosso glorioso 06 quase entregou a rapadura no início do jogo e foi até substituído.
Todas as estratégias de criação dos aspiras do Parque São Jorge estavam nas mãos de Bruno César, que se escondeu do jogo. Aí o 08 tentou fazer mais do que podia e acabou sobrecarregado na armação.
É nessas horas que os verdadeiros soldados chamam a responsabilidade. Pois é, Ronaldo até tentou, mas os colombianos estavam ligados nele o jogo inteiro. Enfiado no meio dos beques, não teve muitas alternativas, e mesmo assim foi o mais acionado.

- Agora, parceiro, o inimigo é outro.

Ainda não, Capitão Nascimento. O adversário de quarta-feira que vem ainda é o Tolima, mas o local do jogo, esse sim muda. Serão sete dias para o Comandante Tite arrumar a casa para que a temporada não vá para o s-- brejo tão cedo.

- A responsabilidade é minha. O comando é meu!
(Foto: Miguel Schincariol / lancenet.com.br)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A vitória da burocracia


Com o triunfo sobre o Equador nessa madrugada, a Seleção se despediu de Tacna invicta e classificada à próxima fase em primeiro lugar no grupo. Henrique marcou após ótimo passe de Oscar, surpreendendo a zaga.

Mas cá entre nós: o Brasil mostrou que está decaindo a cada partida.

 Henrique comemora o único gol da partida, marcado aos 23 minutos do primeiro tempo. 
(Foto: EFE / lancenet.com.br)

Pensando em poupar os titulares para a próxima fase, Ney Franco lançou a molecada que busca uma vaga no time. Mas quem achou que veria a equipe mostrando mais serviço se desapontou assistindo uma Seleção que errou muitos passes tentando centralizar demais o jogo. As laterais não funcionaram, principalmente a esquerda, onde Gabriel Silva deixou muito a desejar. Zé Eduardo matava todas as jogadas pelo meio com sua coleção de passes errados, quando não era na base da falta. Tudo indica que Oscar deve permanecer no banco, mesmo dando a assistência para o gol. A nossa finalização está pra lá de descalibrada, e os vários contra-ataques cedidos aos equatorianos quase fizeram com que o Brasil deixasse escapar a vitória, assim como contra a Bolívia no domingo.

E o Ney Franco, hein? Colocar o Lucas de segundo volante e tirá-lo dez minutos depois com medo de ele ser expulso de campo... Pequena trapalhada do treinador, que poderia custar caro se valesse classificação. Sobrou para o lateral Alex Sandro cobrir a vaga pelo meio. E ele também foi abaixo da média.

Até o juizão patinou, expulsando inexplicavelmente o camisa 10 Cazares, que curiosamente era o melhor o Equador em campo até então. Foi o melhor lance de Alan Patrick na partida, cavando a expulsão do adversário após aplicar-lhe um elástico junto à linha lateral.

Lembrando que a expulsão se deu logo após o gol do Brasil, e ainda assim não soubemos aproveitar a vantagem de jogar contra dez durante mais de uma hora.

Por mais que pareça cobrança excessiva, sabemos que esse time pode jogar muito mais do que isso, e a maioria já está acostumada à pressão diária nos seus clubes. E os titulares não podem escapar da bronca, já que o time cedera aos bolivianos o único ponto na competição dois dias antes.

Agora é só analisar os erros e corrigi-los rapidamente, afinal estamos classificados e iniciaremos o hexagonal final a partir da próxima segunda-feira.

Abre o olho, Brasil! O caminho para Londres não precisa ser tão complicado!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Quatro vezes 7, com menos 2... Igual a 3 pontos


Começo a falar da estreia da Seleção Brasileira no Pré-Olímpico com uma pequena correção. O Neymar não fez de tudo em Tacna, como estão dizendo. Ainda faltou fazer chover, na fronteira com o deserto do Atacama. Mas ele ainda terá algumas oportunidades.

 
Comemoração da molecada após o gol de pênalti, o primeiro contra os paraguaios.
(Foto: Miguel Angel Bustamante/Terra)

Ele fez gol de pênalti, foi fominha, driblou, contou com a sorte, provocou, tomou amarelo, fez golaço, dançou... (e etc.)

O jogo foi atípico, e cada um dos seis gols teve sua particularidade:

- O Paraguai havia dominado a primeira metade do 1º tempo, mas em bela jogada individual, Casemiro foi atropelado pelo goleiro dentro da área e Neymar bateu o pênalti rasteiro no centro do gol: 1x0.
- O gol pareceu ter vindo à hora certa, e o Brasil começou a envolver a marcação do Paraguai. Lucas lançou bem o camisa 7, que cortou seco toda a zaga e bateu forte no canto, num lance que mostrou ser muito fominha ao deixar Henrique chupando o dedo. Mas em todo caso, 2x0.
- O segundo tempo começou pior do que o primeiro para os brasileiros. Logo aos 4 minutos, o volante Zé Eduardo parou um contra-ataque e foi expulso de campo. No lance seguinte o goleiro Gabriel falhou feio, e logo depois na cobrança de escanteio o Paraguai diminuiu o placar para 2x1, com Diego Viera.
- Mais uma vez quando a coisa parecia estar ficando feia para o nosso lado, Neymar chamou a responsabilidade. O terceiro gol foi bem esquisito, chutando a bola em cima do goleiro, depois voltando no peito, na cabeça, enfim... 3x1 entrando com bola e tudo.
- O Paraguai não parecia nada abatido em campo, e para matar o jogo veio logo um golaço. Galhardo fez longo lançamento para a ponta esquerda. Neymar surpreendeu o goleiro com uma pintura de gol por cobertura. E com a canhota, que nem é a boa. 4x1. Sensacional!
- Os moleques do Paraguai não desistiram do jogo e ainda buscaram diminuir a diferença. Montenegro tocou quase sem ângulo na saída de Gabriel, fechando em 4x2.

Seleção apresentou bom futebol e cabeça quente. O saldo foi de quatro gols e duas expulsões.
(Foto: Foto: Mowa / iG Esporte)

Ainda há várias coisas a se acertar na seleção de Ney Franco. A equipe demorou cerca de 30 minutos para se desvencilhar da marcação paraguaia no primeiro tempo, e o gol saiu depois de boa jogada de um volante.
Aliás, Casemiro foi o segundo destaque positivo da partida. Segura atuação do jovem jogador do São Paulo, que não só marca bem como sai para buscar jogo, e possui alguma habilidade.
A defesa preocupa, pois os dois gols do Paraguai poderiam ser evitados. Bruno Uvini, zagueiro e capitão do time, se mostrava perdido em algumas ocasiões em que a marcação deixou a desejar. Trabalho para o treinador acertar até quinta-feira.
Mas o que caracterizou o jogo, além da festinha à parte de Neymar com seus quatro gols, foi a imaturidade do time brasileiro no aspecto disciplinar, mesmo estando à frente do placar por quase todo o jogo. Nem parecia que quem estava perdendo era o Paraguai, que batia e provocava. Erradamente, os brasileiros entraram na pilha e revidaram algumas vezes. Se a primeira expulsão, do volante Zé Eduardo, foi para impedir o gol do adversário, a segunda foi por entrada dura e desnecessária de Henrique, que além de tudo não jogou o esperado. É a chance de Diego Maurício mostrar serviço e agarrar a vaga.
Pelas laterais, Alex Sandro apoiou um pouco mais que Danilo, que foi substituído por Galhardo. Este sim jogou bem, inclusive participando da jogada do último gol.
No meio, Oscar esteve apagado e também foi substituído. Lucas foi bastante participativo, e dividiu com Neymar a atenção dos marcadores paraguaios.

O próximo jogo da Seleção será na quinta-feira, à meia-noite, contra a Colômbia. Sorte ao Ney Franco, e que ele consiga colocar a cabeça destes meninos no lugar, porque futebol eles tem de sobra.