domingo, 22 de julho de 2012

Série Campeões: A TRINCA CENTENÁRIA

Se no Brasileirão o Santos anda capengando (10 pontos em 11 rodadas), há exatos 70 dias o Capitão América levantava a taça do tricampeonato paulista no Morumbi. Era a abertura perfeita para o ano do centenário de um dos clubes mais vitoriosos do mundo.

O peixe foi campeão paulista com sobras em 2012. (Fotos: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

A imprensa exaltou o feito do time, que igualou a sequência de títulos estaduais conseguida apenas nos anos 60, com Pelé e companhia ilimitada. Na final de 2012, o Guarani não fez frente ao ímpeto dos praianos, que golearam nos dois jogos realizados na capital (3x0 e 4x2).


Campanha

Depois do fatídico jogo com o Barcelona, o Santos fez a pré-temporada pensando em voltar a Yokohama na edição seguinte do Mundial. Por isso, a prioridade do semestre era mesmo a Libertadores, e o Paulistão seria deixado em segundo plano.

O curioso é que a campanha do Peixe no estadual só emplacou com o início da própria Libertadores. Se teve algum trabalho nos clássicos (derrotas para Palmeiras e São Paulo), o melhor ataque do Paulistão (58 gols) não passou por grandes sustos na primeira fase, e acumulou goleadas das mais convincentes. Na última rodada, o pobre Grêmio Catanduvense desceu à baixada para assistir a uma verdadeira aula de futebol, ministrada por Neymar e Paulo Henrique Ganso.

Semifinal: 100 vezes Neymar
Nas partidas de quartas e semifinal, o Santos reencontrou-se com dois dos quatro algozes da primeira fase: Mogi Mirim e São Paulo, respectivamente.

Contra o Mogi, vitória segura com direito a gol de Maranhão e carretilha de Neymar, que também anotou o dele nos 2x0 da Vila. Uma semana depois, teve hat-trick do camisa 11 no Morumbi com mais de 40 mil pessoas. Mais um show do craque, que pela 100ª vez em sua carreira fez o santista soltar o grito de gol.


Final

A vila famosa não foi palco da decisão, por determinação da FPF, detentora dos mandos de campo. Mas o Brinco de Ouro também ficou de fora. Eles por eles: ida e volta no Cícero Pompeu de Toledo.

O Bugre era a sensação entre os times do interior: passou em 4º lugar na primeira fase. Contava com o velho Domingos em boa forma, a experiência de Fumagalli na articulação e nas bolas paradas, além de um ataque veloz, com Fabinho e Bruno Mendes, uma das revelações do campeonato. No mata-mata, já havia despachado o Palmeiras e passara ileso também por um histórico derby campineiro.

Ganso & Neymar : 5 títulos em 3 anos de Santos. 
Mas a decisão do título não teve rodeios nem mistério. No primeiro jogo, Ganso foi o regente da orquestra. Seu gol acompanhou mais dois de Neymar no placar final. As faixas de campeão já estavam a caminho.

No jogo de volta, pelo ligeiro descompromisso dos times com o placar, tivemos muitos gols. O primeiro deles, de Alan Kardec, saiu logo no segundo minuto de jogo. Aos 16 avistava-se 2x2 no placar, com um gol saindo a cada quatro minutos.

Na segunda etapa, o Santos jogou com o relógio a favor. Mas os 50 mil santistas no Morumbi queriam a vitória, que veio com mais um gol de Neymar, mais um de gol Alan Kardec... Mais um título para o Santos.

E o Morumbi virou mar branco.

Desde 2010, o primeiro grito de campeão de se ouve em São Paulo é sempre o do Santos Futebol Clube. Depois do tricampeonato paulista, o time vendeu bem caro a derrota para o Corinthians na semi continental. É uma pena que a base que Muricy tinha em mãos no primeiro semestre (Rafael, Maranhão, Dracena, Durval, Juan, Adriano, Arouca, Ibson, Ganso, Neymar e Alan Kardec, além de Elano, Borges, Léo e Fucile) tenha se esfacelado. Saídas de algumas peças (negociações, convocações) e lesões de várias outras vêm atrapalhando o rendimento do time na última competição do ano 100.


Ciclo vicioso. Aliás, vitorioso.

A classificação no nacional não deverá ser das mais decepcionantes, com o retorno dos selecionáveis, lesionados e a incorporação dos reforços. Independente disso, o santista sempre teve e terá muito do que se orgulhar. Já dá para contar para os netos como jogava bola essa Geração Neymar. E a multiplicação dos peixes parece não ter fim, pois aos poucos está subindo ao time principal uma meninada boa de bola, para variar. Felipe Anderson (19 anos) e Victor Andrade (16!) já figuram entre os relacionados há um tempo, e o recém-contratado Pato Rodríguez (22) traz boas expectativas da Argentina.

Não tem como fugir: esse futebol moleque, atrevido e encantador está no DNA do Santos, como gosta de dizer o Laor. Quando um novo grupo de Meninos da Vila resolve brincar com a bola, se diverte fazendo a lição de casa e, de quebra, acaba ganhando presente, fazendo questão de exibir para todo mundo ver.

O artilheiro isolado da competição, com 20 gols, grudado à taça.
Permanência até 2014?

Compilado com os 58 gols do Santos no Paulistão 2012.
Alto índice de golaços por minuto.

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