terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Quatro vezes 7, com menos 2... Igual a 3 pontos


Começo a falar da estreia da Seleção Brasileira no Pré-Olímpico com uma pequena correção. O Neymar não fez de tudo em Tacna, como estão dizendo. Ainda faltou fazer chover, na fronteira com o deserto do Atacama. Mas ele ainda terá algumas oportunidades.

 
Comemoração da molecada após o gol de pênalti, o primeiro contra os paraguaios.
(Foto: Miguel Angel Bustamante/Terra)

Ele fez gol de pênalti, foi fominha, driblou, contou com a sorte, provocou, tomou amarelo, fez golaço, dançou... (e etc.)

O jogo foi atípico, e cada um dos seis gols teve sua particularidade:

- O Paraguai havia dominado a primeira metade do 1º tempo, mas em bela jogada individual, Casemiro foi atropelado pelo goleiro dentro da área e Neymar bateu o pênalti rasteiro no centro do gol: 1x0.
- O gol pareceu ter vindo à hora certa, e o Brasil começou a envolver a marcação do Paraguai. Lucas lançou bem o camisa 7, que cortou seco toda a zaga e bateu forte no canto, num lance que mostrou ser muito fominha ao deixar Henrique chupando o dedo. Mas em todo caso, 2x0.
- O segundo tempo começou pior do que o primeiro para os brasileiros. Logo aos 4 minutos, o volante Zé Eduardo parou um contra-ataque e foi expulso de campo. No lance seguinte o goleiro Gabriel falhou feio, e logo depois na cobrança de escanteio o Paraguai diminuiu o placar para 2x1, com Diego Viera.
- Mais uma vez quando a coisa parecia estar ficando feia para o nosso lado, Neymar chamou a responsabilidade. O terceiro gol foi bem esquisito, chutando a bola em cima do goleiro, depois voltando no peito, na cabeça, enfim... 3x1 entrando com bola e tudo.
- O Paraguai não parecia nada abatido em campo, e para matar o jogo veio logo um golaço. Galhardo fez longo lançamento para a ponta esquerda. Neymar surpreendeu o goleiro com uma pintura de gol por cobertura. E com a canhota, que nem é a boa. 4x1. Sensacional!
- Os moleques do Paraguai não desistiram do jogo e ainda buscaram diminuir a diferença. Montenegro tocou quase sem ângulo na saída de Gabriel, fechando em 4x2.

Seleção apresentou bom futebol e cabeça quente. O saldo foi de quatro gols e duas expulsões.
(Foto: Foto: Mowa / iG Esporte)

Ainda há várias coisas a se acertar na seleção de Ney Franco. A equipe demorou cerca de 30 minutos para se desvencilhar da marcação paraguaia no primeiro tempo, e o gol saiu depois de boa jogada de um volante.
Aliás, Casemiro foi o segundo destaque positivo da partida. Segura atuação do jovem jogador do São Paulo, que não só marca bem como sai para buscar jogo, e possui alguma habilidade.
A defesa preocupa, pois os dois gols do Paraguai poderiam ser evitados. Bruno Uvini, zagueiro e capitão do time, se mostrava perdido em algumas ocasiões em que a marcação deixou a desejar. Trabalho para o treinador acertar até quinta-feira.
Mas o que caracterizou o jogo, além da festinha à parte de Neymar com seus quatro gols, foi a imaturidade do time brasileiro no aspecto disciplinar, mesmo estando à frente do placar por quase todo o jogo. Nem parecia que quem estava perdendo era o Paraguai, que batia e provocava. Erradamente, os brasileiros entraram na pilha e revidaram algumas vezes. Se a primeira expulsão, do volante Zé Eduardo, foi para impedir o gol do adversário, a segunda foi por entrada dura e desnecessária de Henrique, que além de tudo não jogou o esperado. É a chance de Diego Maurício mostrar serviço e agarrar a vaga.
Pelas laterais, Alex Sandro apoiou um pouco mais que Danilo, que foi substituído por Galhardo. Este sim jogou bem, inclusive participando da jogada do último gol.
No meio, Oscar esteve apagado e também foi substituído. Lucas foi bastante participativo, e dividiu com Neymar a atenção dos marcadores paraguaios.

O próximo jogo da Seleção será na quinta-feira, à meia-noite, contra a Colômbia. Sorte ao Ney Franco, e que ele consiga colocar a cabeça destes meninos no lugar, porque futebol eles tem de sobra.

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